CEAA
O Centro de Pesquisa de Estudos da África e Afroamérica da Universidade Intercultural das Nações e Povos Indígenas Amawtay Wasi tem como objetivo investigar, gerar conhecimento e destacar aspectos históricos, culturais, ancestrais, políticos, sociais e econômicos da diáspora africana nas Américas e na África, no âmbito acadêmico e científico. Em busca da construção de um estado plurinacional e intercultural que garanta os direitos coletivos das nações e povos, assim como o bem-estar deles.
O centro está atualmente desenvolvendo o projeto “Pesquisa sobre Locais de Memória no Território Ancestral do Valle del Chota-La Concepción e Salinas: Patrimônio e Salvaguarda” para revitalizar a memória no território ancestral afrochoteño. Este projeto concentra-se nos legados tangíveis e intangíveis do tráfico de pessoas escravizadas e do processo de escravidão a partir do século XVI. O objetivo é conservar, reabilitar, salvaguardar e preservar os locais de memória coletiva propostos.
As lacunas históricas no reconhecimento das contribuições materiais e imateriais dos afrodescendentes revelam um sistema opressivo que perpetua um estado de subjugação cognitiva. Este projeto é justificado pelo reconhecimento das contribuições das populações afrodescendentes, incluindo suas lutas e cimarronagem, para a construção dos estados-nação como parte da dívida histórica com essa comunidade.
A pesquisa aborda as demandas históricas do povo afrodescendente, especialmente da comunidade afroequatoriana, no que diz respeito ao reconhecimento e conservação de espaços que abrigam a memória histórica, ancestral e coletiva. A investigação propõe um circuito de memória integrando fábricas de escravos, fortalezas, antigas casas de fazenda, engenhos antigos, casas de proprietários de pessoas em condição de escravidão, cemitérios antigos e locais de crueldade física como espaços de resistência e resiliência. Este circuito parte dos primeiros palenques livres no território ancestral, que possuem um significativo valor simbólico, social e memorial coletivo.
O projeto envolve uma equipe de pesquisa multidisciplinar, principalmente combinando história, antropologia e arqueologia. Colaborando com parceiros acadêmicos como o Latin American Historical Archaeology Lab da Universidade de Massachusetts Boston e organizações sociais no Território Ancestral Afrochoteño, incluindo a Coordenadora Nacional de Mulheres Negras capítulo Carchi, Federação de Comunidades e Organizações Negras de Imbabura e Carchi, Rede Coordenadora do Território Ancestral, Centro de Pesquisas Família Negra, e indivíduos conhecedores dos locais de memória propostos.
