Este contexto é identificado como um depósito de lixo localizado na Casa Teresa Montero. Destaca-se pelo tipo de material cultural associado à população afrodescendente escravizada. Inicialmente, foram realizados 6 testes de pá, dos quais 5 foram positivos, indicando uma alta concentração de material. Esta área foi expandida a partir dos testes PB2 e PB3, que foram escavados em níveis arbitrários. As sondagens foram escavadas em 8 níveis estratigráficos até alcançar solo estéril. Notavelmente, restos faunísticos estavam presentes e sua análise revelou tipos de macro e microvertebrados. A cerâmica abundante era de tipo colonial e rústico.
A natureza e composição deste depósito, no qual foram encontrados 20.000 ossos de animais e cerca de 15.000 fragmentos cerâmicos, tanto diagnósticos como não diagnósticos, são diversificadas, não só pelos depósitos predominantemente horizontais, mas também pela variedade de materiais. Alguns dos achados especiais que foram analisados na fase de laboratório por especialistas do projeto incluem objetos diretamente relacionados à população afrodescendente escravizada e aos habitantes da área no século XVIII, com uma variedade de cerâmicas exibindo formas e inscrições específicas. Da mesma forma, garrafas de vidro identificadas com sua origem histórica, juntamente com elementos de metal e cerâmica, complementaram as informações.
A seguir, um trecho do relatório apresentado por Balanzátegui (2022) para o projeto intitulado “IDENTIDADES AFROANDINAS E DOMINAÇÃO RACIAL NOS ANDES SETENTRIONAIS: Arqueologia das Áreas Domésticas no Vale do Chota-Mira (Séculos XVII-XIX)”:
“As cerâmicas da diáspora africana são identificadas através de formas especiais e decorações associadas aos africanos escravizados e às tradições e identidades cerâmicas trazidas da África Ocidental. As cerâmicas desta coleção representam as identidades comerciais entre os africanos escravizados e são fundamentais para criar novas identidades com base em suas tradições simbólicas preexistentes (de Souza & Agostini, 2012). A cerâmica rústica sem esmalte feita à mão do sítio Teresa Montero inclui tubos com decoração incisa, um objeto cilíndrico de corpo estreito com decoração incisa que mostra um cosmograma Bakongo, uma porção de uma figura zoomórfica e pequenas vasilhas ovais. Além disso, um grupo de fragmentos de barro rústico sem esmalte feitos em roda são provenientes de grandes jarros/vasilhas com motivos incisos de linhas e asteriscos.”